14/03/2023
O consumo excessivo de álcool é prejudicial para a saúde da população em geral e pode afetar significativamente o organismo das pessoas idosas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), além do risco de dependência, a ingestão de bebida alcoólica está associada a 200 doenças e lesões.
Entre os prejuízos físicos e riscos relacionados ao consumo demasiado estão: doenças não transmissíveis graves, como cirrose hepática, alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares e demência, bem como lesões resultantes de violência e acidentes de trânsito.
Consumir bebidas alcoólicas em qualquer quantidade aumenta o risco de desenvolver câncer de boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino (cólon e reto) e mama, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Além de seus riscos, a combinação do álcool com tabaco aumenta a possibilidade do surgimento dessas doenças.
Segundo o INCA, os mecanismos que causam o câncer por conta do consumo de álcool estão diretamente ligados ao fato de que a bebida pode danificar o DNA das células.
Essa ação causa estresse oxidativo que pode danificar os genes, facilitar a penetração de carcinogênicos ambientais nas células, alterar o metabolismo hormonal, provocar má nutrição que torna os tecidos humanos mais sensíveis aos efeitos do álcool, entre outros efeitos menos frequentes.
As demências afetam de 5% a 7% da população com mais de 60 anos e o consumo de álcool pode ser um dos fatores que contribuem para esse números.
Estudos científicos indicam que o álcool pode afetar o cérebro de várias maneiras, incluindo a morte de células cerebrais, a redução do fluxo sanguíneo e a diminuição da atividade cerebral.
Um estudo divulgado na revista The Lancet colocou o consumo excessivo de álcool na lista de fatores de riscos para o desenvolvimento da doença de Alzheimer e outras patologias degenerativas, que comumente estão associadas à perda de memória e déficits cognitivos da população idosa.
O etanol e seu metabólito, acetaldeído, têm efeito neurotóxico por ação direta, capaz de causar danos estruturais e funcionais permanentes nos tecidos do cérebro.
Embora o consumo moderado de álcool possa ter alguns benefícios para a saúde, especialmente quando se trata de doenças cardiovasculares, é importante lembrar que o consumo excessivo e prolongado de álcool pode ser prejudicial à saúde em geral, incluindo o risco de desenvolver demência. É importante que as pessoas limitem o consumo de álcool e mantenham um estilo de vida saudável para reduzir o risco de desenvolver doenças associadas.
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seção Paraná (SBGGPR), fundada em 1980, é uma associação civil, sem fins lucrativos, que tem como objetivo principal congregar médicos e outros profissionais de nível superior que se interessem pela Geriatria e Gerontologia, estimulando e apoiando o desenvolvimento e a divulgação do conhecimento científico na área do envelhecimento.
Marcos Aparecido Sarriá Cabrera
Atual Presidente